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O
GLOBO
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Economia
Domingo,
02 de agosto de 2009
O
explosivo gasto com a tecnologia
Bruno
Rosa
Peso dos itens no orçamento subiu de 9% para 15%
O gasto com tecnologia pesa cada vez mais no orçamento das famílias brasileiras. As despesas com telefone fixo, celular, internet banda larga e TV por assinatura com imagem em alta definição (HD, na sigla em inglês) já são semelhantes ou até superiores aos custos com saúde e educação. Nos últimos cinco anos, o peso "da modernidade" nas despesas dos lares de maior poder aquisitivo passou de 9% para 15%. Em alguns casos, o valor das contas triplicou no período.
De acordo com levantamento feito pelo GLOBO e pela Acomp Consultoria e Treinamento, uma família com dois filhos em idade escolar gasta, em média, R$1.300 com tecnologia. Para isso, foi calculado um pacote de quatro linhas móveis de 300 minutos por mês e com tráfego de dados, uma internet banda larga de 1 mega, uma conta de telefone fixo com outros 200 minutos mensais e uma TV por assinatura HD com ponto extra. Mas, se os mesmos serviços contarem com um plano mensal móvel de 200 minutos, o custo cai para R$920 ao mês.
Por outro lado, a mensalidade escolar de cada um dos filhos no ensino médio sai a R$1.300 no Rio e a R$1 mil, no fundamental. Em relação aos cuidados médicos, o plano de saúde dos quatro integrantes da família — com cobertura nacional e quarto privativo — custa por volta de R$1.079 ao mês.
Nas classes A e B, despesa até triplicou
Segundo Antônio Cesar Carvalho, diretor da Acomp e especialista em Gestão de Empreendimentos pela Fundação Getulio Vargas (FGV), o peso da tecnologia na renda mensal aumentou 40% nos últimos cinco anos entre as famílias da classes A e B, com ganho superior a R$4.807 por mês. Para o professor, o avanço aconteceu devido à entrada de serviços e produtos na cesta de compras, como o acesso à internet pelo telefone celular, a TV de LCD e o aparelho de DVD Blu-ray, que permite imagem em alta definição:
— As despesas com tecnologia são altas porque o segmento conta com a criação constante de serviços e produtos. Com isso, o perfil está sempre mudando, e o gasto aumentando. Já nos campos de saúde e educação, que são as principais preocupações, a dinâmica é mais lenta, e o custo não sobe na mesma velocidade.
Porém, ao incluir a compra de bens duráveis na lista de despesas, o peso da tecnologia supera todos os gastos. Se uma família, por exemplo, adquirir uma TV de LCD Full HD de 42 polegadas, um DVD player Blu-ray e quatro smartphones (sem subsídio das operadoras), o valor total chega a R$8.800, segundo o preço médio do varejo. Ao parcelar o valor em doze meses sem juros, a prestação sai por cerca de R$733.
André Tavares, fã de tecnologia e coordenador de marketing de um site de compras pela internet, troca de TV e celular todo ano. Com a imagem em alta definição e a internet móvel, o peso do segmento em seu orçamento triplicou desde 2004: subiu de 10% para 30%.
— Uma TV por assinatura em HD pede um DVD Blu-ray. Aí, é preciso comprar filmes com a tecnologia e trocar de televisão, para uma LCD Full HD. Agora, por exemplo, tem as versões LED. Apesar de educação e saúde serem prioritários, o gasto com tecnologia acaba sendo superior.
Apesar do peso no orçamento, o preço dos itens recuou entre janeiro de 2004 e junho deste ano, com o aumento da produção no país e a forte concorrência. Segundo o IBGE, os televisores registraram deflação de 41% no período, assim como aparelhos de DVD (-52%) e celulares (-20%). Nos últimos seis anos, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que baliza as metas de inflação, avançou 33%. Já a conta de telefone fixo subiu 26,26% e a de TV por assinatura teve alta de 36,63%, acima da inflação.
Na avaliação do economista Roberto Zentgraf, coordenador dos MBAs de Finanças e de Gestão de Negócios do Ibmec/RJ, muitas famílias dão prioridade aos gastos que permitem prazer imediato:
— Em uma pesquisa que fiz, percebi que o gasto com tecnologia é igual ao da alimentação, por volta de R$1 mil mensais. O ideal é destinar até 10% da renda para isso. É essencial planejar e pesquisar os preços de planos e produtos.
O publicitário Rodrigo Rodrigues, sócio da agência Kindle, lembra que hoje 10% de sua renda estão comprometidos com tecnologia, o dobro de cinco anos atrás.
— Com a convergência, o celular se tornou ferramenta de grande importância. A imagem em alta definição trouxe a TV LCD e o DVD Blu-ray, que permite assistir a filmes e jogar videogame. Por isso, essas são as maiores despesas hoje.
Marcos Pazzini, economista da consultoria Target, lembra que cada integrante de uma família, com maior renda, gasta cerca de R$2.336 com telefonia e eletroeletrônicos por ano.
— Essas famílias têm uma renda com folga maior no orçamento. Elas usam tecnologia por necessidade e não para ostentar — diz Pazzini.
A classe média também sonha com tecnologia. Levantamento feito pela Nielsen mostra que 41% dos brasileiros vão investir em itens de alto valor após o pagamento de despesas básicas. A Latin Panel mostra que, mesmo com a crise, a TV por assinatura e internet banda larga registraram alta de 140% no número de lares no ano passado no país. No site Comprafacil.com, as vendas dos itens avançaram até 264% nos primeiros seis meses deste ano.
— O segmento de vídeo cresceu muito. De 2008 para 2009, os negócios subiram 97% e o principal item foi a TV de LCD — cita Gustavo Bach, diretor de Marketing do Comprafacil.com.
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Notas da ACOMP:
Assuntos relacionados
1- Veja na seção Novidades do portal ACOMP o resumo do Estudo da ACOMP e O Globo sobre Gastos com Tecnologia.
2- Clique no link para ver o resumo do Estudo Setorial da ACOMP sobre Consumo de Produtos e Serviços de Informática.
4- Dicas e Serviços da ACOMP sobre TI.
5- A Pesquisa Anual da ACOMP sobre os 10 Melhores Negócios, e outros Serviços de consultoria e treinamento, veja em nosso portal www.acomp.com.br .
6- Reportagem do InfoMoney - ACOMP: Em cinco anos, gastos de brasileiros com tecnologia aumentaram 66,7%
7- Reportagem da Band News TV - ACOMP:
Gastos
com tecnologia já chegam a 15% do orçamento da população
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