Domingo, 29 de março de 2009

JB Economia I E 3

MUDANÇA DE HÁBITO

Setor de consertos a todo vapor

Empreendimentos de manutenção estão entre os 10 melhores negócios no Rio para 2009

Luisa Girão


Alguns profissionais estão sorrindo de orelha a orelha depois que a crise financeira mundial se instalou de vez. São os especializados em manutenção e reparos em geral - um dos negócios mais promissores em tempos de turbulência. Os consumidores que antes jogavam fora suas impressoras, computadores, micro-ondas, rádios, sapatos, e roupas quebrados agora preferem economizar e enviar os produtos para o conserto. Os remendadores agradecem.

Os empreendimentos que lidam com a manutenção e reparos em geral aparecem na liderança do estudo da consultoria Acomp, que aponta os 10 melhores negócios no Rio em 2009. Além disso, 60% das melhores oportunidades estão ligadas à crise, entre elas as dos setores de contrução civil e contabilidade para grandes empresas.

O diretor da Acomp e especialista em gestão de empreendimento da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Antonio de Oliveira, confirma que esta é uma área que permeia todos os negócios - desde indústria até as oficinas mecânicas - e que a causa desta aumento na procura pelas áreas é o temor geral de desemprego.

- Com a crise, as pessoas não querem contrair novas dívidas porque não sabem se terão seus empregos no próximo mês. Além disso, o fato de os bancos estarem mais rigorosos para cederem empréstimos favorece ainda mais o setor - explica Oliveira.

Outro fator, segundo o diretor da Acomp, que também favorece a procura por este tipo de serviço é o menor fluxo de movimentação de materiais.

- O próprio desaquecimento da produção industrial também possibilita às empresas maior disponibilidade de tempo para a realização de consertos - ressalta Oliveira. - Antigamente, uma empresa não esperava 40 dias para um caminhão ficar pronto porque precisava de agilidade para atender à demanada. Com a redução da procura, a companhia aproveita o tempo para fazer aquele conserto que tinha deixado de lado.

Ferramenta

O portal <www.manutenção.net>, ao notar a grande procura por serviços, criou a ferramenta <www.cagoroo.net>, uma espécie de busca de serviços de diversos tipos de consertos de acordo com a necessidade e a proximidade da casa do cliente. São 1,2 mil autônomos ou pequenas empresas cadastradas.

- O usuário escolhe o que quer consertar e diz onde mora. Com estas informações, vemos qual é o melhor local para atendê-lo - conta o gerente de desenvolvimento do site, Fabiano Felipe. - Apesar ter sido criado no ano passado, a cada mês há um aumento de 3% nos acessos.

REPAROS - Sandeberg Daniel, maleiro da fábrica de artigos de couro e mala Cinto Rápido há mais de quatro anos, diz que transformar o velho em novo é uma arte. A costureira Isa Sol e a cliente Edna Rolim. Moisés Sayeg, dono da Cinto Rápido, e Flávia Veiga.

Economia, estilo e apego: manter peças compensa

Com a crise, o consumidor carioca aumentou em 30% a 40% a procura por serviços de conserto e manutenção, segundo Moisés Sayeg, dono da fábrica de artigos de couro e mala Cinto Rápido.

Flávia Veiga, de 27 anos, procura fazer manutenção em tudo para economizar.

- Tento consertar tudo. Não gosto de simplesmente jogar a coisa fora e comprar outra, mas antes vejo se vale a pena - explica.

Para Thiago Machado, de 21 anos, mandar o celular para o conserto vale mais a pena do que comprar aparelhos novos.

- Meu telefone quebrou e só me custou R$ 40 para consertá-lo. Se eu tivesse de comprar outro, iria pagar o dobro. Vou esperar a operadora me dar um novo. Prometi que não vou comprar mais celular - brinca.

Edna Rolim, 59 anos, acredita que é válido fazer manutenção em roupas. Diz que a moda muda muito e por isso prefere mandar ajeitar as peças para ficar com o seu estilo.

- Conserto de roupas é a melhor coisa, pois podemos transformá-las em vários tipos. Eletrodoméstico, nem tento. Depois que volta da autorizada, o aparelho nunca volta a ser o mesmo - contou.

Julieta Rocha, 88 anos, começando a adotar a mesma prática. Fez seu primeiro conserto de uma bolsa, um mimo de admirador antigo.

- Crio um vínculo emocional com todos os meus produtos. Fico muito triste quando uma coisa quebra. Além disso, artigos antigos têm mais charme - defende. ( L.G. )

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Notas da ACOMP :

Outras Reportagens e entrevistas relacionadas:

Agência Brasil - Estudo mostra que agravamento da crise favorece crescimento em vários setores

Rádio Nacional - Oportunidades na crise

TV Brasil - Os 3 melhores negócios para 2009

O Globo - Polo de resistência

Rádio CBN - Consultoria revela os 10 Melhores Negócios para o ano no Rio

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