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Domingo,3, e segunda-feira, 4 de junho de 2001

Seu Negócio

A criança é o cliente

Confecções, lojas de móveis e cursos de idiomas para o público infantil

Giselle Andrade


Os primeiros passos, a descoberta do mundo, muitas perguntas e curiosidades. Assim é o universo infantil, cada vez mais levado a sério pelos empreendedores. Escolas de idiomas, animadores de festa, centros de estímulo, parques, roupas e móveis personalizados são alguns produtos e serviços oferecidos aos consumidores mirins. O investimento inicial depende do tipo de negócio e da área a ser utilizada, mas pode chegar a R$ 150 mil.
O estudo de viabilidade não pode faltar, aconselha Antônio Cesar Oliveira, diretor da Acomp - Consultoria e Treinamento. Ele informa ainda a necessidade da vocação para trabalhar com criança. "É importante pensar no que investir e a disponibilidade de tempo para dedicar-se ao projeto", explica.

Teatro. Brincadeiras fazem parte do método de ensino da Red Balloon, escola de idiomas para crianças de três a 13 anos. Teatro, mágica, técnica de pintura em roupas, feira livre, culinária e acampamento estimulam o aprendizado do idioma. "A cada meia hora, o estudante faz uma atividade diferente", comenta o diretor de marketing da rede Michel Lam.

A rede ampliará o número de estabelecimentos na cidade de São Paulo até o 2002. No Rio de Janeiro, a empresa tem a meta de abrir 10 unidades no mesmo período. Para obter uma franquia da Red Balloon é preciso investir R$ 80 mil, sem contar com o ponto comercial. Segundo Lam, o faturamento chega a R$ 80 mil para filiais com mais de 100 alunos. O diferencial da escola é concepção do próprio material didático.

Trabalhar o estímulo infantil é a proposta da franqueadora americana Gymboree Play and Music. Criada há 25 anos, a rede abrirá a primeira franquia no Brasil no próximo mês, em São Paulo. O programa desenvolve a capacidade física, social e intelectual de crianças de até quatro anos.

Desembolso. O investimento para abrir uma franquia é de R$ 150 mil, sendo R$ 80 mil somente em equipamentos. Este programa requer espaço físico de, no mínimo, 150 metros quadrados e a previsão de faturamento chega a R$ 80 mil. O grupo abrirá, em cinco anos, 25 estabelecimentos no Rio de Janeiro e também na cidade de São Paulo.

Destinada as classes A e B, o objetivo da escola é ensinar a partir do ritmo musical e também através de formas lúdicas. As aulas acontecem uma vez por semana, durante uma hora. A idéia é ajudaros pais a conhecerem melhor a necessidade do filho.

Turismo e lazer fazem parte do roteiro de negócios infantis com lucros nas alturas. A Stella Barros, companhia que há 40 anos promove excursões infantis para os Estados Unidos e Europa busca parceiros para lojas e também agências. "O conceito da empresa iniciou com a vovó Stella que levava os netos e os amiguinhos à Disney nas férias. Priorizamos sempre o bem-estar e o conforto dos nosso público", explica Fábio Cardoso, diretor de marketing da rede.

A organização Volando.com adquiriu a Stella Barros em dezembro de 2000, investindo mais de US$ 10,5 milhões na empresa. A nova formatação prevê a reabertura do esquema de franquias. Ao todo, a companhia tem 30 lojas no Brasil e vai inaugurar outras nas cidades de Minas Gerais, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul, João Pessoa e Natal. "Estamos com projeto piloto em Moema para analisar o mercado, conta Maurício Pechi, gerente de franquia.

Parques. Julho e Janeiro são os meses mais procurados pelas crianças, destaca Cardoso. Além desses períodos, a semana da criança também é bastante requisitada. Ele acrescenta que os roteiros mais vendidos são para os Estados Unidos e Europa.
Parques de diversão interativos ou até mesmo temáticos são exemplos de negócios no universo infantil. Trabalhar neste ramo, segundo o sócio da Labirinto Games, há cinco na cidade de Santa Catarina e há dois no Rio de Janeiro, Éder Místico Mesadri, requer conhecimento do mercado e qualidade no produto.

- Resolvi investir nesta área porque a minha esposa queria trabalhar com crianças. Então, tive a idéia de montar a Labirinto. Criamos todo o conceito do parque. Compramos o material e montamos todo o brinquedo, mas a parte dos carrinhos não fabricamos. Fazemos clubinhos e também tubulação com escorrego. A empresa atua apenas nos shopping centers e pode ocupar de 50 a 200 metros quadrados - explica Mesadri.

O investimento neste ramo dependerá do ponto comercial e também do espaço, podendo chegar a R$ 100 mil, já o faturamento varia de R$ 10 mil a R$ 20 mil. "Não há dificuldade de encontrar fornecedores nesta área. Existem no mercado nacional empresas que atendem perfeitamente a necessidade", garante Mesadri, acrescentando que atua nas cidades de São Paulo, Santa Catarina e Rio de Janeiro.

Serviço

Tyrol Baby & Kid: 431-9110/ 295-3386
Red Balloon: (0xx11) 3826-0777/3744-8044
Stella Barros: (0xx11) 3147-4810
Parque da Mônica: 3803-7100
Gymboree do Brasil: (0xx11) 5667-2042
Filhos em casa: 274-8707
Labirinto Games: (0xx47) 425-3530
Grupo Children de Animação: 3332-6769
Ra-Ti-Bum decoração de festas: 580-2234
Acomp - Consultoria e Treinamento: 2445-5444 /site: www.acomp.com.br

Experiência anterior com os filhos

No setor infantil é comum a participação das mulheres, já que muitas investem no negócio após uma experiência bem-sucedida com os filhos. Há oito anos, a empresária Simone Vieira da Silva, da Ra-Ti-Bum festas, faz decoração infantil e aluga brinquedos por R$ 130 pelo tempo que durar a diversão.

A Filhos em Casa, loja de móveis infantis, aberta há um mêsno Leblon, zona sul do Rio de Janeiro, investe
na criatividade para ganhar a concorrência. Segundo a empresária Fernanda Magalhães, o estabelecimento tem que dispor de produtos criativos, com durabilidade e adaptáveis em outros ambientes.

- Produzir produtos para criança é um sonho. Fabricamos tudo com exceção de mamadeira e chupeta. Para criar modelos diferentes de móveis contratamos artistas e também um marceneiro. Os móveis são construídos sob encomenda com mais de 19 itens para combinação - explica Fernanda.

Fantasias como a do pateta, mickey, pantera cor-de-rosa, rei leão e palhaço fazem parte do universo artístico dos animadores de festa. Segundo Claudia Mello da Silva, gerente do Grupo Children de Animação, há oito anos no mercado, cursos de atualização são fundamentais.

O Grupo Children cobra R$ 70 a presença dos bonecos como pantera e mickey e R$ 120 para o palhaço, pois este faz brincadeiras com as crianças. A empresa atende escolas, lojas e festas. Claudia destaca força de vontade e visão de mercado como principais características para obter sucesso na área.

OPÇÕES DE NEGÓCIOS

  • R$ 5 mil a R$ 10 mil: animação de festas
  • R$ 10 mil a 20 mil: Decoração para ambientes e festas; aluguel de brinquedos para eventos
  • R$ 20 mil a R$ 40 mil: quiosques de produtos infantis; aluguel de fantasias; fotos
  • R$ 40 mil a R$ 60 mil: fabricação de fraldas descartáveis, confecções e quiosques de cosméticos infantis
  • R$ 60 mil a R$ 100 mil: livraria; fabricação de mamadeiras e chupetas; e lojas de brinquedos educativos
  • Mais de R$ 100 mil: parque eletrônico; loja de roupas e brinquedo em shoppings e curso de inglês

Fonte: Acomp - Consultoria e Treinamento

 


 

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