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Domingo, 11 e segunda-feira
12 de Março de 2001
Seu
Dinheiro
O encanto passageiro do dólar
Sérgio
de Castro
O temor aos danos que podem ser causados pelo desaquecimento econômico
dos Estados Unidos e da crise na Argentina e a troca de farpas entre o
senador Antônio Carlos Magalhães e o presidente Fernando Henrique Cardoso,
provocaram, de acordo com a interpretação de vários analistas, condições
favoráveis para o avanço do preço do dólar frente ao real, que acabou
se tornando instrumento de hedge - proteção - para bancos e grandes empresas.
A dúvida, no momento, é saber se vale à pena para o cidadão comum adotar
a mesma estratégia. Para alguns analistas é como voltar no tempo, à época
em que as casas de câmbio eram os lugares mais frequentados por aqueles
que queriam retorno rápido para uma aplicação.
JUSTIFICATIVAS
O
momento atual é diferente e não há justificativas para esse retrocesso",
afirmou, enfaticamente, o sócio-diretor da Acomp Consultoria, Antônio
César Carvalho de Oliveira. "Considero a atitude errada. Se a economia
dos Estados Unidos está desaquecendo, por que vou querer ter a moeda deles,
o dólar furado".
A
quebra da barreira dos R$ 2, segundo o consultor, não deve ser interpretada
de forma pessimista. "O brasileiro precisa ser mais maduro. Não sabemos
fazer marketing a nosso favor e nos desesperamos com bobeira. O dólar
já perdeu a atratividade como investimento. A barreira dos R$ 2 é psicológica.
Isso não significa uma desvalorização preocupante do real", alertou Antônio
César.
Os dados confirmam o que diz o consultor. No ano, até o dia 7 de março,
segundo a Atlantic Rating Análise Financeira, o dólar havia rendido 4,28%.
A média dos fundos de ações foi de 8,22%, e o Ibovespa, 7,44%. No prazo
mais longo de cinco anos, a distância é ainda maior, com o dólar rendendo
107,8%, contra 186,97 dos fundos de ações. Até mesmo a renda fixa tem
melhor desempenho no longo prazo, com retorno de 181,54%.
A elevação do dólar, destacou o consultor, não é considerada apenas um
fato negativo. "Com o real desvalorizado, ainda que bem pouco, as exportações
brasileiras são beneficiadas. Com preços melhores, nossos produtos se
tornam mais competitivos e ganhamos mercado", disse Antônio César.
POLÍTICA. A crise política, aberta com o período de sucessão no
Senado e, mais recentemente, com a troca de farpas entre o senador Antônio
Carlos Magalhães e o presidente Fernando Henrique Cardoso, pondo em risco
a base de sustentação do Governo, também não é um fato que deve perdurar
muito tempo. Na opinião do sócio-diretor da Acomp, ACM está ficando cada
vez mais isolado. "O Antônio Carlos vai perceber que o Brasil não é a
Bahia, e deve parar de incomodar.
A recente declaração do presidente Fernando Henrique, atrelando novos
cortes na Selic - a taxa básica de juros, atualmente em 15,25% ao ano
- à aprovação das reformas pelo Congresso, também merece interpretação
mais madura. "o mercado entendeu de forma negativa essa declaração. Na
verdade é um avanço. Os empresários vão começar a pressionar a execução
das reformas, principalmente a tributária, e devem ter sucesso. afinal,
são os empresários que financiam as campanhas dos parlamentares", disse
o consultor.
Para o cenário externo, as previsões do consultor também não são tão pessimistas.
O desaquecimento nos estados Unidos deve afetar pouco o Brasil, no que
diz respeito ao volume de exportações. "Ainda que eles comprem menos produtos
brasileiros, nossa presença na Europa está aumentando.
E o consumo interno também vai crescer este ano, já que se espera um crescimento
econômico da ordem de 4%. A presença de investimento estrangeiro no País
também mudou de endereço. Basta ver a presença dos espanhóis, por exemplo,
nos setores de telecomunicação e bancário. Os Estados Unidos já não são
tão importantes como há dez anos".
A interferência dos problemas argentinos na economia brasileira também
deve ser revista, garante Antônio César. "O Brasil tem que sair da passividade
e usar o marketing. Tem que mostrar ao mundo que é maior que a Argentina.
A economia de são Paulo é maior que a argentina. Temos que mostrar isso
aos grandes investidores estrangeiros. Enquanto permanecermos nessa postura
de levar susto com os boatos, não conseguiremos mostrar nossas diferenças".
Para Bolsa de Valores, as previsões são otimistas. O necessário, afirma
o consultor, é criar uma cultura de investimento. "A Bolsa é a poupança
do americano. Lá todo mundo tem ação de alguma empresa. Aqui no Brasil,
como não temos essa cultura, o nosso mercado ainda é fraco, ficando a
mercê dos acontecimentos externo. Se o nosso mercado fosse mais forte,
os fundamentos internos da nossa economia sustentariam bons resultados".
Toda a confusão abalou os mercados de câmbio, juros e de ações nos últimos
dias. Ainda assim, os fundos de privatização da Petrobras continuam liderando
o ranking das aplicações. Os fundos com recursos do Fundo de Garantia
por Tempo de Serviço (FGTS) acumulam 19,78% de rentabilidade; com recursos
próprios, 19,59%. São seguidos pelos fundos de ações, com 7,8%, e de investimentos
no exterior, com 7,51%.
Com a variação cambial dos últimos dias, os fundos cambiais tomaram fôlego,
acumulando a rentabilidade de 5,75% (a variação do dólar comercial no
mesmo período foi de 4,97%). Ainda assim, os fundos cambiais só são recomendados
para quem tem dívidas em dólar, segundo analistas. Isso porque se houver
uma reversão no comportamento do câmbio, a performance será prejudicada.
A Bolsa de Valores aparece logo depois, com valorização de 5,6% do Ibovespa.
A previsão dos analistas e profissionais do mercado é de que os resultados
melhorem até o final do ano, principalmente se acontecerem novos cortes
na taxa básica de juros, a Selic, nos próximos encontros do Copom.
Os fundos multiportifólios tiveram 3,78% de valorização, tirando proveito
dos bons momentos da renda fixa e da renda variável - os fundos multiportifólios
podem ser compostos por papéis de renda fixa e ações.
Os fundos de renda fixa tiveram 2,63% de rentabilidade. No entanto, alguns
apresentaram resultados melhores, como o Bradesco Golden Din 30 Faq, com
3,33%. Os analistas dizem que os aplicadores devem procurar saber a composição
das carteiras. A caderneta de poupança dá de retorno, no ano, 1,91%, ganhando
dos Fapis com 1,33%.
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