Jornal do Brasil
ECONOMIA

Domingo, 23 de agosto de 1998

Maioria fecha depois de um ano 

Para quem não tem experiência em comércio, arriscar as economias na abertura de uma loja exige muita cautela. Cerca de 70% das pequenas e médias empresas fecham depois de um ano de funcionamento. O aumento da rotatividade nos shoppings é outra amostra disso. Para que em seis meses o sonho de lucros altos não se transforme em dívidas e fracasso, é indicado seguir algumas recomendações, segundo o engenheiro Antônio César Carvalho de Oliveira, consultor do Sebrae para a área de shopping-centers e professor de administração para a área de micro e pequenas empresas. 

"Um estudo diz se o empreendimento é viável ou não financeiramente. Ensinamos a calcular o preço de custo da mercadoria. Assim, a possibilidade de ter sucesso é muito maior", ensina ele, que também presta consultorias particulares. O custo de um estudo de viabilidade fica entre R$ 1,8 mil e R$ 2 mil, ou em 2% do valor de um grande negócio.

 O comércio é dividido em lojas de rua e de shoppings - que podem ser alugadas ou compradas, como na maioria dos shoppings pequenos. No primeiro caso, os custos são altos, e o aluguel pode inviabilizar o negócio. Além do aluguel, há o condomínio e a promoção. O valor total fica entre R$ 5 mil e R$ 7 mil por mês, em média, no Rio. A loja de rua fica em torno de R$ 2 mil.

 O futuro empresário tem que saber onde está o público, quem é o consumidor. "A concorrência grande é boa para o consumidor, mas para o empresário fica complicado", avisa Oliveira, que trabalhou 10 anos na White Martins. "Quem erra como funcionário, pede desculpa. No máximo é mandado embora. Mas como empresário, sai quando está falido, com dívidas e mal visto no mercado", compara.

 No shopping alugado, as vantagens são uma administração profissional. A construção, a comercialização, o marketing, e o mix das lojas são decididos por uma administração centralizada, através de pesquisas e estratégias. A verba para o fundo de promoção custa em torno de 20% das despesas totais. "Como há controle central, o comerciante está sujeito a um regimento interno. O empreendedor é co-responsável pelo sucesso das lojas, é parceiro dele. O sucesso permite ao administrador cobrar luvas mais caras no futuro. Se vende mais, o aluguel cresce", diz o professor.

 Mas a competição com lojas grandes é difícil, segundo Antônio César Oliveira. Outro problema é que muitos shoppings não permitem a venda do ponto quando não é do interesse do empreendedor. Alegam que pode atrapalhar o mix. Na loja particular, o patrimônio é o imóvel, não o ponto. O problema é que a administração não é profissional. "A administração deve ser feita por uma empresa que não seja a construtora ou os lojistas", orienta Oliveira.

Os shoppings pequenos e médios normalmente não têm as lojas âncoras, e por um motivo simples: as empresas não querem se aproximar de empresários que não são profissionais. "A administração não pode interferir 100% no mix, e quem quiser pode abrir um açougue ao lado de uma loja de jóias, por exemplo. Corre-se este risco".

O grande problema do shopping no Brasil é que normalmente é encarado como um empreendimento imobiliário e não comercial, como acontece nos Estados Unidos, diz. "O dia em que isso acontecer, esta rotatividade vai cair muito e o sucesso do lojista será muito maior", conclui o professor do Sebrae. (L.F.)

 

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